Vamos caracterizar bem o que
entendemos por Recursos de Aprendizagem, pois estes assumem um papel de alta
relevância, no contexto prático da execução dos programas de desenvolvimento.
Por definição Recursos de
Aprendizagem são todos os elementos utilizados pelos responsáveis (professores,
facilitadores, consultores, etc.) para auxiliar a transmissão de conhecimentos,
a experimentação de habilidades e a formação de atitudes. Eles podem ser
categorizados como recursos de natureza material e de natureza humana. Podem ser
nomeados de formas muito diversas, tais como: recursos didáticos, recursos de
ensino, meios de aprendizagem, meios de ensino, materiais didáticos, multimeios
de ensino e aprendizagem e, num sentido mais restrito, recursos audiovisuais.
Nas duas últimas décadas ocorreu
uma grande evolução na criação de recursos de ensino e aprendizagem que
pudessem ser aplicados a diferentes contextos e necessidades. Não restam
dúvidas que o avanço da tecnologia é em grande parte responsável por este
crescimento e, de certa forma, transformou e está transformando as tradicionais
salas de aula.
Mas é bom ter em conta que os
recursos devem estar a serviço dos objetivos de ensino e aprendizagem que se
pretende alcançar e não serem um fim em si mesmos. A rigor, eles devem ser
usados para facilitar, acelerar e incrementar a aprendizagem e não para
diminuir o trabalho do facilitador ou simplificar o trabalho dos aprendizes.
Os recursos podem também ser
classificados, numa perspectiva mais ampliada de suas finalidades, como aqueles
que são aplicados no contexto específico da própria situação de ensino e
aprendizado que está sendo intermediada por um facilitador. Mas podem também
ser vistos em contextos mais amplos, onde se dá a ação do aprendiz, como no seu
trabalho, em casa, enfim, nos diversos ambientes onde ele possa estar exercendo
papéis sociais.
Falando dos recursos de natureza
humana, isto é, das pessoas que estão envolvidas na situação de aprendizado,
temos que ampliar a nossa perspectiva de entendimento, considerando até mesmo o
próprio ‘aprendiz’ como um recurso privilegiado para o aprendizado. Talvez a
maior parte do que aprendemos se dê no contexto das relações que estabelecemos
com as demais pessoas. Num certo sentido, são as outras pessoas que permitem
termos os ‘insights’ do nosso aprendizado. Elas reagem aos nossos
comportamentos, e nós captamos suas reações (via percepção consciente) do que
estamos fazendo diferente e, portanto, daquilo que modificamos em nós pelo
aprendizado.
Vis-à-vis, esta é uma experiência
muito semelhante ao que ocorre no tradicional contexto das salas de aula, onde
o professor ou facilitador é o principal meio ou recurso para facilitar o
aprendizado.
Nesta perspectiva, o aprendizado
deve, através da estimulação, orientação e utilização de técnicas adequadas
(principalmente as andragógicas), permitir ou levar os aprendizes a aprenderem
por si mesmos (autoaprendizado).
Vale lembrar que estamos tratando
do contexto das ‘trilhas de aprendizagem em liderança’, principalmente para
gerentes e supervisores de base. É evidente que todas estas pessoas já tiveram
diversas experiências de aprendizados, boas e ruins. Ao desenharmos trilhas e
programas de liderança é recomendável saber o histórico destas últimas
experiências que tiveram com uso dos recursos de aprendizado.
Outro aspecto importante na
escolha dos recursos de ensino e aprendizagem está relacionado à composição dos
grupos que passarão pelos programas. Não tem sido incomum, nos últimos anos,
termos participantes de diferentes gerações num mesmo grupo, com diferentes
habilidades (facilidades) de lidar com as tecnologias de informação e
comunicação. É preciso planejar muito bem o uso destes meios para não ter de
lidar com situações de constrangimento e até mesmo de bloqueio do aprendizado
de parte do grupo.
O assunto recursos de ensino e
aprendizagem é vasto e sabemos que somente falamos de sua importância dentro do
contexto do que estamos tratando. Acredito que estamos no limiar de uma nova
revolução nesta área, onde os ‘games virtuais’, juntamente com situações em
contextos vivenciais, serão muito brevemente a grande onda para facilitar o
aprendizado de uma série de competências gerais e, particularmente, em
liderança e gestão.