Páginas

quarta-feira, 27 de março de 2013

TRABALHANDO AS EXPECTATIVAS – parte 1

Não há dúvidas quanto à influência das expectativas na adoção dos comportamentos que praticamos diariamente. A rigor, podemos dizer que formulamos expectativas sobre todos os acontecimentos futuros em nossa vida, estejam eles muito próximos ao presente ou mais distantes no tempo. Parece óbvio, mas é bom explicitar: ninguém formula expectativa para o passado! 

Vejamos alguns exemplos:

1. Vou ter uma reunião com meu Gerente daqui a uma hora, sobre o meu desempenho na apresentação do Projeto que aconteceu ontem. Imediatamente ao saber do compromisso, minha mente começa a funcionar no sentido de dar contornos aos prováveis comportamentos que eu gostaria (desejo) que ele ‘gerente’ adotasse e, ao mesmo tempo, dos comportamentos que eu também assumirei. Mas, o mais importante de tudo: minha expectativa é de que ele me elogie, diga que gostou muito e que está muito contente com o meu desempenho.

2. Fiz uma pausa para reflexão sobre minha carreira na empresa onde trabalho atualmente. Meus pensamentos traçam prováveis caminhos que me levam a uma situação futura no tempo para daqui a cinco anos. Lá no futuro, imagens de minha atuação mostram minha nova posição, uma imagem geral do local físico, as prováveis pessoas que estarão presentes e seus comportamentos, a maneira como eu próprio me comporto, etc. Neste contexto, o que imagino para mim é uma situação onde eu tenha  alcançado a posição almejada, seja muito bem visto pela minha equipe, muito bem avaliado pelo meu superior. 

Em ambas as situações, é como se eu montasse um filme em minha mente, onde o protagonista principal seja eu mesmo, e na grande maioria das vezes a história tem um final feliz.  Dificilmente pessoas normais formulam expectativas negativas. Ninguém acorda de manhã imaginando (elaborando expectativa) de que vai ‘bater o carro’, brigar com o chefe ou sofrer um infarto. 

Até agora duas constatações:
  • As expectativas sempre são formuladas para o futuro; 
  • Sempre formulamos expectativas positivas para nós.


As expectativas são construídas em nossas mentes, são processos normais e verdadeiros, fazem parte de nosso funcionamento como seres humanos. Não dá para deixar de tê-las. Mas é preciso apreender a trabalhá-las adequadamente.


Um breve conceito 

Na busca do significado da palavra encontramos: 

Expectativa: situação de quem espera a ocorrência de algo, ou sua probabilidade de ocorrência, em determinado momento e contexto. Como sinônimos podemos encontrar as seguintes palavras relacionadas: espera, desejo, esperança, aguardo, expectação, etc.

A expectativa é gerada em nossa mente por força de um conjunto de variáveis que são dinâmicas e que, em grande parte, determinam a sua natureza e intensidade. Ela por sua vez, influencia a adoção de comportamentos que permitem sua concretização.

Assim, as próprias expectativas são dinâmicas, mudam continuamente por força das mudanças verificadas nas necessidades insatisfeitas (conjunto de variáveis dinâmicas) e no fluxo de acontecimentos (comportamentos que vamos praticando e as reações do ambiente e demais pessoas a estes comportamentos).
  
Esquematicamente temos:





Observação Importante: Considere o quadro acima, somente como uma fotografia de um momento qualquer, que captura a imagem desse instante. Na realidade todos estes componentes (e outros mais sutis) estão em contínuos movimentos, se modificando em relação ao fluxo da própria vida e interagindo entre eles próprios.

No próximo texto continuaremos com este tema.

terça-feira, 19 de março de 2013

Os cinco passos para o autodesenvolvimento

Cinco passos simples podem ajudar o seu autodesenvolvimento e estabelecer um ciclo de aprendizado contínuo. Podemos entender os passos como uma prática das pessoas bem sucedidas.

1º PASSO – Analise e defina suas prioridades
Identifique seus assuntos críticos, analise suas necessidades, estabeleça a prioridade e descreva os seus objetivos de desenvolvimento. Tenha em mente que é necessário realizar um conjunto de análises que levam em conta tudo o que já aprendeu ou não até aqui (análises retrospectivas) e tudo que pretende ainda aprender tendo como pano de fundo sua profissão e papel que desempenha e/ou que ainda pretende desempenhar (análises prospectivas). Estas análises lhe proporcionarão uma base realista e consciente das diversas competências que precisam ser trabalhadas que, uma vez priorizadas, precisarão ser transformadas em objetivos de desenvolvimento.

2º PASSO - Implemente alguma coisa todo dia
Para que sua preparação não fique só na intenção o melhor é você por logo em prática. Saia da sua zona de conforto, corra mais riscos com você mesmo e experimente novos comportamentos.  
Todo o planejamento do mundo não irá aumentar seu desempenho se você não fizer alguma coisa. De fato, a maioria do conhecimento não tem utilidade até você agir sobre ele. ‘Tudo aquilo que você conhece, mas não usa, pode fazer mal’. Raramente a falta de conhecimento é a mais importante barreira ao desenvolvimento, mas a falta de ação frequentemente é.

3º PASSO - Reflita sobre o que acontece
Extraia o máximo de aprendizado de suas experiências. O desenvolvimento sempre requer ações aliadas a uma reflexão sobre o que você fez. Tal prática torna-se a base para uma ação contínua. 
As reflexões são para:
  • Solidificar suas descobertas e para assegurar que você se lembra das lições que acabou de aprender;
  • Identificar os temas e padrões em que você age. Somente após certo tempo é que você pode ver o seu progresso, seus hábitos e seus limites. Quando você entender estes padrões, você acumulou aprendizagem e sistematicamente pode agir com versatilidade nos seus próximos passos;
  • Questionar e desafiar suas suposições para se assegurar de que aprendeu as lições certas e permanecer aberto para as novas aprendizagens.
Lembre-se sempre de apropriar-se do que aconteceu. Tenha um tempo para refletir sobre sua experiência de desenvolvimento. Pergunte-se sobre coisas que irão te ajudar a identificar o que você aprendeu e como usar isto no futuro.

4º PASSO – Solicite feedback e apoio
Aprenda com as ideias e sugestões dos outros. Busque sempre a percepção dos outros sobre o impacto que suas ações ocasionaram.
As pessoas dão feedback porque elas gostam do que você está fazendo, e querem que você continue, ou não gostam do que você está fazendo e esperam que você pare.
O feedback é importante para você por várias razões:
  1. O feedback mostra se você está no curso planejado e como corrigir se você se desviar;
  2. O feedback sustenta a sua motivação. Você tem que trabalhar duro para focar, implementar e refletir sobre o seu desenvolvimento. Você precisa saber se seus esforços fazem diferença;
  3. O feedback deixa você se ver como os outros o veem;
  4. O feedback é condição central para o desenvolvimento de parcerias com os outros;
Feedback é uma conversa transformadora (diálogo) que dá a você informações pessoais relevantes que o ajudam a fazer escolhas. 

5º PASSO – Transforme e adapte
Mude o modelo mental, adapte, conecte e desenvolva versatilidade no seu desenvolvimento. Adote uma postura para o aprendizado contínuo. 
O seu desenvolvimento é igual a uma série de capítulos em um longo e fascinante livro. Cada novo episódio se constrói no último. Você está pronto para este passo quando completar seus objetivos, quando estiver imobilizado ou quando passou pelos quatro passos anteriores por diversas vezes e precisa fazer uma avaliação do que ocorreu.
Celebre as conquistas e consolide o seu sucesso. Se você completou o seu objetivo de desenvolvimento, tenha um tempo para celebrar. O sucesso constrói autossegurança e sentimentos de importância pessoal. Então não mascare o que você tenha conseguido.
Mantenha-se atento. Sem atenção ocasional suas habilidades podem começar a ficar embotadas. Continue criando oportunidades para testar o que você aprendeu. Então peça sempre feedback para se manter no caminho.
Seguindo estes passos, rapidamente isto se tornará um processo natural e transformará você em um eterno aprendiz.

 

quarta-feira, 13 de março de 2013

A necessidade de autodesenvolvimento

O autodesenvolvimento não é opcional. Hoje é uma exigência do ambiente profissional, social e mesmo pessoal e familiar. Todos esperam que você se desenvolva, amplie seu horizonte profissional e que ele lhe proporcione renda e uma posição de destaque no seu meio. Você também tem ambições e quer ver seus projetos de vida realizados e experimentar toda a satisfação advinda deste sentimento de realização.

O caminho a trilhar para a obtenção do autodesenvolvimento é estar continuamente aprendendo. Todos os dias encontramos oportunidades para aprender, mas é preciso estar atento para os acontecimentos. Esta é a regra geral para aqueles que querem ser bem sucedidos.

A incrível quantidade de mudanças que surgem no mundo, aliada ao ritmo acelerado com que elas se processam tornou-se um acontecimento normal do dia a dia e tem ocasionado impactos profundos no comportamento das pessoas. O que antes era líquido e certo, hoje se torna gasoso e incerto. Para manter seu desempenho em nível de excelência, é preciso estar continuamente aprimorando suas competências.

Dois são os novos fatores críticos de sucesso: 

Foco: Você tem que definir o que pretende ser e ter da vida. Isto implica em estabelecer os objetivos que pretende alcançar no futuro com clareza e precisão. A determinação da data fatal para o alcance do resultado é que possibilita sua intenção se transformar em objetivos. E são eles que mobilizarão suas energias para o aprendizado dos novos conhecimentos e habilidades necessários para que suas atitudes (escolhas) sejam levadas rapidamente para o contexto real e prático de sua atuação; 

Flexibilidade: Você necessita estar aberto para lidar com a intensidade das mudanças que estão ocorrendo no mundo. Isto implica em adotar comportamentos adaptativos às novas situações sem, contudo, perder a essência de sua identidade e de seus objetivos. A rigor, a condição aqui é de um comportamento proativo, realizando as adaptações ao longo do processo, tão logo os rumos dos acontecimentos sejam percebidos. 

Não importa qual seja a natureza do seu trabalho, você estará pressionado por estes fatores e precisa buscar incluí-los em seu repertório de conduta. 

No próximo post veremos cinco passos simples podem ajudar o seu autodesenvolvimento e estabelecer um ciclo de aprendizado contínuo. Podemos entender os passos como uma prática das pessoas bem sucedidas.

quarta-feira, 6 de março de 2013

As pessoas resistem às mudanças? (parte3)

Uma afirmativa muito comum: ‘as pessoas resistem às mudanças’. Costumo tratar esta frase de modo diferente, pois como afirmamos anteriormente as pessoas apresentam uma disposição inata para o aprendizado e por extensão para a mudança. Acredito que as pessoas não resistem às mudanças, elas resistem serem mudadas. Parece sutil e gramaticalmente é mesmo, mas do ponto vista do fundamento é muito diferente. 

Um processo de mudança pensado e conduzido por você mesmo - ou como denomina Bridges a transição - que ocorre de forma consciente é muito diferente daquele onde você acaba sendo induzido a aceitar e com as quais não se identifica, ou até mesmo que não estão alinhadas com seus valores e crenças pessoais. 
Bridges afirma que as pessoas, realmente, resistem à transição que é constituída de três experiências muito perturbadoras: 
  1. Resistem a dizer adeus ao mundo que lhes deu sua identidade e seus sentimentos de realização e felicidade, onde há o predomínio de nosso modelo mental, dominado pelos valores, padrões e hábitos conhecidos e aceitos. O nosso cérebro é econômico e busca simplificar tudo, fazendo que nossas ações ocorram na zona de conforto. A força do novo tem que se mostrar intensa para romper com o costumeiro e confortável comportamento. Há a necessidade de muita presença e consciência para este rompimento.
  2. Resistem à caótica confusão da zona neutra, onde parece que tudo está ao alcance para ser agarrado, só que ninguém conhece as regras do jogo. Literalmente tudo está suspenso no ar, não há domínio, há muito desconforto, dúvidas, insegurança e risco, sem padrões definidos. É o processo de questionamentos e formação de novas atitudes, onde a força do conhecido se depara com intensidade do desejado. Aqui os riscos envolvidos são visualizados, cotejados e superados, pois caso contrário às novas formas de agir não serão levadas para a prática.  
  3. Finalmente resistem a experimentar alguma coisa completamente estranha e ao mesmo tempo acreditando num modo tão diferente de ser e fazer. De fato, a experimentação é que propicia a condição do desapego ao velho mundo, somente quando o novo comportamento começa mostrar resultados mais alinhados como o desejo e objetivo da mudança é que de fato ele se instalará. Está fase é que consolida uma nova consciência e, portanto, a mudança do comportamento deixa de ser tímida e experimental (não há mais vontade de voltar ao velho mundo) e passa a ser novo padrão de ação e reação. 
Só existem bons inícios se existirem bons términos. Frase atribuída a Bridges, que encerra uma recomendação importante para o processo de mudança. É preciso gastar o tempo necessário na zona neutra, investimento que pode ser entendido como o período de experimentação, para reorientar e testar as novas crenças, valores, atitudes mediante a experiência dos novos comportamentos, estando muito atento ao feedback dos impactos e consequências que eles proporcionaram. 
Um novo começar ou reinicio será mais bem sucedido se a passagem pela zona neutra for adequadamente vivenciada. Estar disponível para o novo é ter deixado para trás o que já foi. Mudar é ter realizado todos os términos e transições necessárias.