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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Para mudar - mude duas vezes! (Parte 1)

A princípio, falar de mudança não tem nada de novo. A vida é um processo de mudanças. Mudanças sempre ocorreram na história da humanidade, a civilização é a história do processo de mudança.
O fato novo é que a própria mudança está mudando!

O novo surge a todo segundo. A novidade, nas últimas cinco décadas, é a velocidade com que as mudanças têm ocorrido. Por trás deste fenômeno as conquistas tecnológicas vêm propiciando este brutal aumento de velocidade dos acontecimentos. Os meios de comunicação e a integração de suas diversas formas, em plataformas cada vez mais interativas, dão a medida desta evolução e a repercussão na sociedade atual.

Vamos falar um pouco mais sobre este fenômeno tão marcante, buscando compreender a sua estrutura central. Para traçar um marco inicial voltemos à antiga Grécia, onde o filósofo Heráclito (530 a.C, nascido em Éfeso, atual Turquia) já afirmava tudo se transforma - é impossível caminhar no mesmo rio duas vezes, pois outras águas estarão sempre correndo no seu leito. Há um novo Sol todos os dias. Tudo muda.

O rio e o Sol estão em contínuo movimento e você também é outro a cada novo dia. Nesta perspectiva, eu, você enfim todos nós vivemos em fluxo, assim como o próprio universo. Estamos em permanente processo de mudanças, mesmo que nem sempre tenhamos a clara percepção desta lei. 


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

É preciso estar sempre mudando? (Parte 2)

Nem todas as ações serão novas, aliás, repetimos um grande número delas. São aquelas a que chamamos de hábitos, que buscam preservar as situações, manter as conquistas e comportamentos já conhecidos. 

De maneira bem simples, isto acontece porque o nosso cérebro é econômico, ele procura gastar o mínimo de energia para processar dados e produzir escolhas, e neste trabalho ele cria padrões (paradigmas e estereótipos) que facilitarão as futuras análises e decisões sem grande consumo de energia. Aqui é que se dá a chamada “zona de conforto”, onde os padrões de respostas são automáticos, conhecidos não exigindo ‘grande energia’ (tomada de consciência) para se tomar decisões ou fazer escolhas. Aqui também reside o perigo da falta de atualização e adaptação às mudanças que estão ocorrendo no mundo. 

Em realidade, poucas são as situações realmente novas com que deparamos e elas sempre consumirão muito de nossa energia, disposição e atenção (presença) para a escolha da ação que será empreendida.

Por isso é que vale a pena questionar se realmente é preciso mudar tanto e todo o tempo, como querem os discursos e apelos dos autores e consultores organizacionais. 

Afinal de contas, quem deve ser o beneficiário deste processo é você mesmo e mais, quem vai pagar o preço pela mudança é você e não aqueles que querem que você mude. 

Há um bom tempo aprendi que a consciência precede a mudança, e que a escolha por mudar sempre deve ser minha. E você, como está lidando com suas mudanças?

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

É preciso estar sempre mudando? (Parte 1)

Há um grande apelo por mudanças na literatura voltada ao desenvolvimento gerencial e de liderança. Em praticamente todos os livros publicados nos últimos 20 anos encontramos, no mínimo, um capítulo dedicado à necessidade de mudar. Mais recentemente, vemos livros inteiros tratando do tema.

Tenho encontrado pessoas que tem questionado esta necessidade, fazendo duas perguntas básicas: para que e por que mudar?

Comecei a refletir sobre as perguntas e verifiquei que elas nos levam a caminhar nas duas direções da linha do tempo – uma para o passado e outra para o futuro, a partir de um momento qualquer que caracterizamos como presente.

A questão "por que" sempre vai em direção ao passado, na busca dos motivos, dos sentimentos básicos, da razão. Enfim, da disposição original que moldou a intenção, que a transformou num propósito, posteriormente num objetivo e finalmente numa ação. Adicionalmente, ela busca explicar racional e logicamente a ação praticada. É o caminho analítico.

A questão "para que" sempre vai em direção ao futuro, na busca de um objetivo, de um propósito, de um estado desejado diferente daquele em que se encontra o comportamento atual. Ao percorrê-lo com disposição criativa pode-se adquirir um sentimento muito envolvente que mobiliza as energias psíquicas em torno de um motivo que direciona o comportamento para um objetivo diferente daquele que atualmente se acha em vigor. Adicionalmente, ela o remete ao mundo dos sonhos, onde tudo parece ser possível. É o caminho da intuição.

Futuro e passado se reúnem no presente, momento único e fugidio que é caracterizado pelo que se realiza (ação). É o que fazemos, ou não, que tem o poder de mudar o mundo. Toda mudança é constatada a posteriori, tenha ela sido sonhada, pensada e/ou falada preliminarmente.