Estamos
chegando ao período do Natal e do Ano Novo, sempre marcado por certa agitação,
em geral relacionado a encontros com amigos para trocar presentes, comemorar o
fim de um período e desejar bons fluidos para o próximo que se anuncia.
A cidade
e a própria casa ganham novas luzes e cores. As pessoas invadem os shoppings e
as lojas de ruas em busca daquele presente ainda não comprado. Os ‘Papais
Noéis’ estão a postos para todos saudarem e agitar a compra dos presentes. O
trânsito fica mais complicado do que normalmente já é, mas pouco importa, pois
a ‘época das festas’ chegou.
O apelo
ao comércio e à troca de presentes é tão grande, que se perdeu no tempo o
significado mais profundo deste período chamado de “Natal”, que hoje está
relacionado, quase que exclusivamente, com os aspectos materiais.
Gostaria
de resgatar um pouco desta antiga sabedoria e compartilhar com vocês. Trago
aqui extratos do texto original escrito por Edna Andrade (Meditação das Doze
Noites Santas).
As Doze
Noites Santas é o período que vai da noite de Natal até o dia dos Reis. Ao
longo deste período, através da luz espiritual que brilha das estrelas do
Zodíaco, dádivas se derramam sobre todos aqueles que oram e vigiam. Dos pés em
direção à cabeça vivenciamos uma transformação de pessoas terrenas e
materialistas em pessoas espiritualizadas, que olham o mundo com uma visão
espiritual.
Esta
é uma tradição da sabedoria antiga. Naqueles tempos remotos, o Natal era entendido como
um fato cósmico que renovava, todos os anos, a esperança humana. Quando se acendeu no céu a
estrela há muito tempo esperada, os Reis Magos iniciaram a jornada até a
criança que seria o novo Sol do Mundo. Após doze noites, consideradas a partir
de então sagradas, eles puderam alcançá-la e ofertar, em nome de toda a
Humanidade, o incenso, a mirra e o ouro, acompanhados dos votos de que o
espírito divino pudesse viver no pensar, sentir e querer humanos.
A
cada Natal temos a chance de um novo nascimento. E a cada ano, a oportunidade
de uma nova vida. Não podemos nos esquecer disto, pois precisamos urgentemente
de forças espirituais, não apenas para cada um de nós, mas para o bem de todos.
Podemos
a cada uma destas noites encontrar um momento para meditar e colocar na alma as
sementes da Esperança em relação aos dozes meses de 2014. Dos pés em direção à
cabeça podemos almejar a consolidação das forças do nosso ser e a transformação
destas forças em qualidades verdadeiramente humanas.
É um período de agradecimento e renovação.
Agradecer
com humildade e reverência as graças alcançadas, compartilhando o mérito com
todos aqueles que ajudaram na sua jornada e nas suas conquistas.
Renovar
a esperança, o sonho, o desejo de ser um pouco melhor do que já foi e
perseverar, não desistir, acreditando na sua própria capacidade de enfrentar os
desafios que vida sempre traz.
A sabedoria está em fazer
a cada fase da vida um novo começo, com coragem para deixar para trás o que
passou e abrir-se para o novo.
Como diz Hermann Hesse,
no trecho de um dos mais lindos de seus poemas (Patamares):
Em todo
começo reside uma magia
Que nos
protege e nos ajuda a viver.
Temos que
transpor dispostos, espaço a espaço,
E a
nenhum nos apegar como a uma pátria.
O
Espírito Universal não nos quer prender e limitar;
Quer
erguer-nos, degrau a degrau, quer nos ampliar.
Um Natal de renascimento
e um Ano Novo de renovação para todos nós.
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