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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Valores, Crenças, Atitudes e Comportamentos (primeira parte)

Dando continuidade ao tema “Expectativas”, que tratamos nos dois últimos textos, vamos ampliar um pouco mais a compreensão sobre as variáveis que influenciam fortemente a formação das expectativas e, por fim, dos comportamentos praticados pelas pessoas.

Começo pela pergunta: meu comportamento reflete de fato as coisas em que eu acredito? Uma pergunta simples, mas que exige uma resposta bastante complexa.

Acredito que em grande parte as ações que as pessoas praticam refletem suas crenças e convicções. E isto é muito salutar, pois demonstra coerência e integridade na conduta. 

Mas nem sempre isto acontece. Em determinadas situações os comportamentos praticados pela pessoa não refletem suas crenças e pode até mesmo ser contrários a elas. Por que será que isto acontece?

Em geral isto tem a ver com a pré-visão das possíveis consequências negativas (punições) que a pessoa enfrentaria se revelasse suas verdadeiras crenças sobre as pessoas, coisas ou situações com as quais está lidando.

Você não pode sair por aí falando tudo que sente e pensa! Desde muito cedo aprendeu que é preciso ‘medir’ as palavras, como diz o velho ditado “falar é prata, mas calar é ouro”. De fato, ao longo do processo de crescimento aprendeu que nem sempre se pode falar aquilo que realmente se acredita. No período educacional nos ensinaram a adotar uma série de ‘condutas sociais’ que evitava (e muito provavelmente, continua evitando) a exposição das próprias convicções sobre pessoas, coisas e/ou situações e, assim, não enfrentar as situações embaraçosas caso as tivéssemos revelado.

Neste sentido, a ação ou reação da pessoa sobre o fato é de ‘esconder’ ou ‘amenizar’ suas reais crenças sobre o assunto, e isto é reforçado socialmente.  Na realidade, ela se vê na condição de ‘disfarçar’ sua verdadeira opinião, por uma série de razões que também não são reveladas. Tal conduta pode ser chamada de ‘mentir’, o que já soa como um grande incômodo ao imaginar que é você que a está praticando. 

Mas o que é mais comum mesmo é se ‘omitir’, isto é, não revelar o que está sentindo e pensando sobre a situação, num certo sentido ‘fingir que não é com você’. Tornamo-nos habilidosos em adotar comportamentos desta natureza.

O problema é que, muitas vezes, somos chamados a dar a nossa opinião diretamente e fica impossível se omitir, nestes casos não resta alternativa além de falar a verdade ou mentir.

Vamos a alguns exemplos bem simples e comuns:
  • Antonio resolve que hoje ele vai falar o que pensa sobre o comportamento do seu chefe.
  • José decide mostrar para os parentes de sua mulher como são inoportunas suas visitas a sua casa sem nenhum aviso e em horários inapropriados.
  • Carlos assume que vai falar claramente para os seus subordinados sobre as suas deficiências comportamentais.

São situações corriqueiras que provavelmente todos nós já nos deparamos em nossas vidas. Que tal você, pensar sobre como agiria, colocando-se no lugar de cada um dos personagens?



No próximo post escreverei sobre valores. Afinal, o que é um valor? Continuem acompanhando.

Um comentário:

  1. olá
    o Sr. menciona valores, crenças, expectivas, comportamentos e atitudes.
    Se perguntarmos para as pessoas sobre seus valores, crenças etc. geralmente o que nos respondem nem sempre corresponde com o que vivem.
    se assim é onde estão localizados nossas maiores crenças ou nossos verdadeiros valores para que possamos acessá-los e com isto nos tarnar mais assertivos com relação às atitudes e decisões que precisamos tomar.?

    fica ai algo para reflexão

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