Dando continuidade à primeira parte
do post, constatamos que as publicações
sobre gestão dos empreendimentos organizacionais apresentaram um crescimento
vertiginoso nos últimos trinta anos. Os estudos e pesquisas no campo da
administração evoluíram significativamente – as organizações, principalmente as
empresariais, têm sido as grandes demandadoras de respostas inovadoras sobre os
“novos fenômenos” que surgiram nestes
tempos de transformações incessantes. Mas, um olhar mais atento mostra que
estes estudos apresentam duas naturezas diferentes. A primeira está centrada
nas pesquisas e estudos que têm foco em comportamentos atuais de gestores,
líderes, dirigentes e empreendedores de organizações de diferentes portes e
tamanhos, que utilizaram um ‘jeito diferente’ de fazer as coisas acontecerem e
obtiveram sucesso.
Portanto, o objeto da pesquisa é a forma, o comportamento adotado que é visível e observável. A partir destas constatações os pesquisadores e estudiosos derivam conclusões e recomendações como sendo válidas para todo o universo. Não é incomum nos defrontarmos com inadequação das recomendações, visto as condições limitadas e por vezes específicas em que foram originalmente concebidas.
A outra natureza é aquela que parte da pesquisa sobre os princípios que regem a ocorrência (ou a possibilidade dela) dos fenômenos. Em geral, não há, a priori, uma situação real que esteja apresentando uma necessidade ou problema, mas uma busca de novas relações ou aplicações destes princípios na geração de novas formas de se conceber e estruturar o empreendimento e que este, por sua vez, possa inovar em processos, produtos e serviços que melhor atendam as suas finalidades e por extensão as necessidades de seus clientes/mercados.
Portanto, o objeto da pesquisa é a busca de modelos que possam estabelecer os princípios gerais que governam (ou possam governar) a concepção ou transformação do fenômeno chamado organização. Estes estudos não são tão numerosos e não têm a mesma divulgação que os outros. Estão mais no âmbito da Academia ou Institutos especializados.
Ambas as abordagens podem ser consideradas e úteis para a ampliação do conhecimento se adotarmos uma visão mais abrangente e integrativa ou holística, como denominamos no post anterior. Portanto, a chave está na percepção do fenômeno: com que olhos estamos vendo a organização?
Você mesmo pode realizar esta experiência. Pare um pouco e busque observar a sua própria organização: qual é a imagem que lhe vem à mente? Talvez seja mais fácil lidar com metáforas para descrevê-la. Acho mesmo que a imagem mais comum de conceber a organização é aquela que a retrata como uma “máquina perfeita” e as pessoas, simplesmente, como peças componentes deste conjunto.
Segundo o professor, Gareth Morgan, em seu livro Imagens da Organização:
“uma organização do tipo máquina, concebida para atingir objetivos específicos, pode ser simultaneamente o seguinte: uma espécie de organismo que é capaz de sobreviver em determinados ambientes, mas não em outros; um sistema de processamento de informações que se revela especializado para certos tipos de aprendizagem, mas não para outros; um meio cultural caracterizado por valores, crenças e práticas sociais distintos; um sistema político no qual as pessoas colidem para garantir os seus próprios fins; uma arena onde várias lutas subconscientes ou ideológicas têm lugar; um símbolo ou manifestação de um processo mais profundo de mudança social; um instrumento usado por um grupo de pessoas para explorar ou dominar outros, e assim por diante...”.
A partir da imagem que você tem da sua organização, isto é, da sua metáfora organizacional – é possível deduzir o modelo que esta na sua mente e que, em última instância, orienta suas formas de agir no ambiente organizacional. Ainda segundo Gareth, devemos sempre considerar as organizações como fenômenos complexos: “as metáforas foram usadas para mostrar como é possível definir e redefinir a compreensão de uma mesma situação, adotando-se a crença de que novos tipos de entendimentos podem nascer deste processo”. Diz-nos ainda:
“Embora administradores e teóricos organizacionais frequentemente tentem anular a complexidade, assumindo que as organizações são, em última instância, fenômenos racionais que precisam ser compreendidos em função dos seus objetivos e metas, este tipo de pressuposição quase sempre impede o caminho da análise realista. Caso alguém deseje realmente compreender as organizações, seria muito mais inteligente começar a partir da premissa de que organizações são complexas, ambíguas e paradoxais”.
Então, como é mesmo que você vê a organização?
No próximo post, vamos falar mais sobre a percepção e os modelos que a condicionam.
Portanto, o objeto da pesquisa é a forma, o comportamento adotado que é visível e observável. A partir destas constatações os pesquisadores e estudiosos derivam conclusões e recomendações como sendo válidas para todo o universo. Não é incomum nos defrontarmos com inadequação das recomendações, visto as condições limitadas e por vezes específicas em que foram originalmente concebidas.
A outra natureza é aquela que parte da pesquisa sobre os princípios que regem a ocorrência (ou a possibilidade dela) dos fenômenos. Em geral, não há, a priori, uma situação real que esteja apresentando uma necessidade ou problema, mas uma busca de novas relações ou aplicações destes princípios na geração de novas formas de se conceber e estruturar o empreendimento e que este, por sua vez, possa inovar em processos, produtos e serviços que melhor atendam as suas finalidades e por extensão as necessidades de seus clientes/mercados.
Portanto, o objeto da pesquisa é a busca de modelos que possam estabelecer os princípios gerais que governam (ou possam governar) a concepção ou transformação do fenômeno chamado organização. Estes estudos não são tão numerosos e não têm a mesma divulgação que os outros. Estão mais no âmbito da Academia ou Institutos especializados.
Ambas as abordagens podem ser consideradas e úteis para a ampliação do conhecimento se adotarmos uma visão mais abrangente e integrativa ou holística, como denominamos no post anterior. Portanto, a chave está na percepção do fenômeno: com que olhos estamos vendo a organização?
Você mesmo pode realizar esta experiência. Pare um pouco e busque observar a sua própria organização: qual é a imagem que lhe vem à mente? Talvez seja mais fácil lidar com metáforas para descrevê-la. Acho mesmo que a imagem mais comum de conceber a organização é aquela que a retrata como uma “máquina perfeita” e as pessoas, simplesmente, como peças componentes deste conjunto.
Segundo o professor, Gareth Morgan, em seu livro Imagens da Organização:
“uma organização do tipo máquina, concebida para atingir objetivos específicos, pode ser simultaneamente o seguinte: uma espécie de organismo que é capaz de sobreviver em determinados ambientes, mas não em outros; um sistema de processamento de informações que se revela especializado para certos tipos de aprendizagem, mas não para outros; um meio cultural caracterizado por valores, crenças e práticas sociais distintos; um sistema político no qual as pessoas colidem para garantir os seus próprios fins; uma arena onde várias lutas subconscientes ou ideológicas têm lugar; um símbolo ou manifestação de um processo mais profundo de mudança social; um instrumento usado por um grupo de pessoas para explorar ou dominar outros, e assim por diante...”.
A partir da imagem que você tem da sua organização, isto é, da sua metáfora organizacional – é possível deduzir o modelo que esta na sua mente e que, em última instância, orienta suas formas de agir no ambiente organizacional. Ainda segundo Gareth, devemos sempre considerar as organizações como fenômenos complexos: “as metáforas foram usadas para mostrar como é possível definir e redefinir a compreensão de uma mesma situação, adotando-se a crença de que novos tipos de entendimentos podem nascer deste processo”. Diz-nos ainda:
“Embora administradores e teóricos organizacionais frequentemente tentem anular a complexidade, assumindo que as organizações são, em última instância, fenômenos racionais que precisam ser compreendidos em função dos seus objetivos e metas, este tipo de pressuposição quase sempre impede o caminho da análise realista. Caso alguém deseje realmente compreender as organizações, seria muito mais inteligente começar a partir da premissa de que organizações são complexas, ambíguas e paradoxais”.
Então, como é mesmo que você vê a organização?
No próximo post, vamos falar mais sobre a percepção e os modelos que a condicionam.
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