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segunda-feira, 7 de abril de 2014

CONSIDERAÇÕES SOBRE ELABORAÇÃO DE TRILHA DE APRENDIZADO EM LIDERANÇA E GESTÃO - Post 10: As trilhas de aprendizagem - temas

Retomando a trilha de aprendizagem, vale a pena trazer uma imagem que possa nos acompanhar, à medida que vamos adicionando os temas de conteúdos que deverão ser trabalhados.
Consideramos na figura acima os temas já mencionados (post anterior) como ‘obrigatórios’, visto que os mesmos lidam imediatamente com as grandes necessidades impostas pela grande transição que representa assumir uma posição de líder e gestor. Mas também trazemos, como complementares, dois outros temas que representam uma ‘novidade’ para o profissional que agora assume responsabilidades de gestão.
O primeiro deles “Lidando com as Diferentes Gerações” trabalha com um assunto que tem ocupado a agenda dos líderes nos últimos 5 anos. A chamada “Geração Y” (jovens nascidos entre 1980 e 2000) que já está ocupando posições de liderança nas organizações. Normalmente eles são percebidos como “superficiais, insubordinados, folgados e egoístas”, afinal nasceram e cresceram (em se tratando de Brasil) no período da retomada da democracia, do advento da internet e do mundo digital e com a quebra dos paradigmas da educação tradicional. Foram, de certa forma, estimulados a buscar o melhor para a sua vida e carreira e, em grande parte, protegidos pelos pais, que arcaram com seus estudos e necessidades e propiciam condições e proteção, que eles próprios não tiveram. Isto os levou a assumirem as consequências de seus atos mais tarde (responsabilidades) e boa parte desta geração (principalmente pertencente às classes B e C) só se deparou com o mundo do trabalho após formada ou no último ano, como estagiário ou trainee (portanto, com mais de 22 anos).
As empresas se deram conta que esta geração tem qualidades e competências que são fundamentais para lidar com um mundo que está conectado permanentemente. Eles também estão amadurecendo. E o sinal mais evidente disto é que mais de 20% das posições de liderança de primeira linha (supervisores e encarregados) já são ocupadas por eles.
Neste novo papel, estão se defrontando com situações que requerem respostas consistentes oriundas de um aprofundamento nas questões e, para tanto, necessitam desenvolver novas habilidades. Contudo, a marca da geração permanece, continuam irrequietos. Se não estão satisfeitos, eles partem para novas buscas onde possam realizar seus sonhos e expectativas.
O outro tema, que pode ser tratado logo no início da trilha, tem a ver com o futuro e está diretamente atrelado ao tema ‘mudanças’, já tratado.
Os Cenários Atuais e as Tendências no Ambiente de Negócios se constituem no aprendizado contínuo para qualquer posição de liderança, que se renova anualmente devido às grandes alterações que estão ocorrendo no contexto de atuação.
O futuro sempre traz surpresas; o importante é saber com quais podemos contar. Como diz Peter Schwartz, cofundador e presidente da Global Business Network, autor do livro A Arte da Visão de Longo Prazo: “Podemos contar com muitas coisas, mas vale a pena manter especialmente três delas em mente, em qualquer contexto turbulento:

  • Primeira: Sempre teremos surpresas;
  • Segunda: Conseguiremos lidar com elas;
  • Terceira: Muitas podem ser previstas. Na verdade, podemos fazer algumas suposições bastante boas acerca de como a maioria se dará.
Mas não conheceremos suas consequências ou como nos afetarão. Isto é possível, devido à natureza dos elementos predeterminados, isto é, aquilo que podemos prever com certeza porque já vimos seus primeiros estágios na atualidade. São forças que atuam nos acontecimentos sociais.”
O exercício de elaboração de cenários permite ao líder um aprendizado de extrema utilidade. Ele aprende a lidar com a antecipação das possíveis ocorrências, a trabalhar com variáveis possíveis e a estabelecer relações inusitadas dos acontecimentos.
Elaborar cenários não é uma ciência exata, está mais para uma atividade artística de criar imagens dos futuros possíveis. As relações de causa e efeito tão determinísticas dos acontecimentos passados cede lugar ao estabelecimento de conexões não testadas de variáveis, cujo ambiente de ocorrência está sempre aberto a novos e diferentes acontecimentos. É uma atividade onde a avaliação dos riscos e oportunidades sempre está presente, um grande desafio à imaginação e à intuição.
Novamente usando as palavras de Peter: “Num mundo onde ocorrem crises a intervalos regulares, as quais mudam profundamente as premissas básicas sobre o funcionamento das coisas, a estratégia mais eficiente é a flexibilidade consciente, isto é, manter um equilíbrio entre as reações de curto prazo e a visão de longo prazo, e providenciar a preparação necessária, de modo a poder mudar rapidamente de direção se houver necessidade.”

No próximo post vamos tratar do tema central que envolve a atuação do líder – os fundamentos do comportamento humano.

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