Outro tema que não pode deixar de ser tratado na trilha de
aprendizado de liderança é a motivação humana. Como todos os demais temas que
envolvem o comportamento das pessoas, a motivação também é um tema complexo que
requer uma abordagem cuidadosa por parte daqueles que vão facilitar o
aprendizado.
Há uma crença bastante comum e generalizada de que podemos e
devemos ‘motivar’ as pessoas e que elas são muito sensíveis às recompensas
monetárias e materiais. Nesta linha, afirma-se de forma metafórica que se o
líder for capaz de atingir o órgão mais sensível do corpo humano – o bolso –
ele estará motivando os seus funcionários de forma eficaz.
É preciso deixar muito claro que a motivação é um processo complexo
e pessoal. A rigor, os estudiosos da motivação partem da premissa de que
“ninguém motiva ninguém, as pessoas se motivam”.
Neste sentido, o papel do líder está muito mais em propiciar
condições e estímulos para que as pessoas da equipe despertem em si os motivos
que as levam a realizar alguma coisa – o trabalho. Não há dúvida sobre a força
dos motivos como elemento central da ação humana, como também não há dúvidas de
que os estímulos provenientes de fora, em grande parte, despertam os motivos interiores
em cada um.
Como base do aprendizado sobre a motivação humana deve-se
tratar das duas teorias básicas que trouxeram as primeiras explicações sobre o
complexo sistema motivacional. A primeira delas, desenvolvida por Abraham
Maslow, que ficou conhecida como a “Hierarquia das Necessidades”, e a segunda,
desenvolvida por Frederick Herzberg, que se propagou como a Teoria dos Fatores
de Higiene e Motivação.
Maslow, afirmava que os motivos determinam a ação humana e
estes dependem da força ou intensidade das necessidades insatisfeitas. Esta
insatisfação gera um estado de tensão que mobiliza as energias da pessoa em
busca de atender suas necessidades. Assim que ela toma consciência deste
estado, caracteriza-se o ‘motivo’ e este possibilita ter clareza do objetivo a
ser alcançado que, por sua vez, orienta e guia as ações necessárias ao seu
alcance. Afirmava, ainda, que estas necessidades seguem uma determinada
hierarquia, começando com aquelas que são básicas à sobrevivência (necessidades
fisiológicas) e, sendo estas relativamente atendidas, permitem o surgimento das
outras necessidades de caráter mais sutil e psicológico.
A imagem que caracteriza esta hierarquia e que ficou muito
conhecida é a chamada Pirâmide das Necessidades de Maslow, que pode ser visualizada
a seguir.
Os estudos demonstraram que o ser humano sempre está em busca de algo e quando alcança um objetivo (satisfação), sempre se propõe a novas buscas e metas. Esta dinâmica entre satisfação e insatisfação é que caracteriza o esforço e o sentido do comportamento humano. Para tudo nesta vida existe um motivo, mas nem sempre se tem a clara consciência de sua existência.
No próximo post, continuaremos a falar de motivação,
comentando a abordagem de Herzberg sobre o assunto.
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