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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

CONSIDERAÇÕES SOBRE ELABORAÇÃO DE TRILHA DE APRENDIZADO EM LIDERANÇA E GESTÃO - Post 31 - Trilha de Aprendizagem em Liderança - Competências Complementares Adicionais: Ferramentas de Gestão


A realização do trabalho, em qualquer nível e em qualquer especialidade, pressupõe o conhecimento do o que fazer tanto quanto do como fazer, e aqui estamos falando das habilidades psicomotoras que permitem a transposição do conceitual para o operacional.

Nesta passagem, do mundo das ideias e intenções para o mundo das realizações, é que surge a necessidade de utilização de ferramentas e instrumentos que facilitem a realização do trabalho em si.

Se voltarmos na história do homem, vamos identificar o quanto as ferramentas e instrumentos facilitaram o trabalho e permitiram grandes ganhos no consumo da energia e no tempo de realização das tarefas. Podemos correlacionar, principalmente na época atual, todo o desenvolvimento dos instrumentos e ferramentas ao desenvolvimento da própria tecnologia, em especial a tecnologia da informação, que tem se aperfeiçoado numa velocidade tão grande que, não raro, os próprios usuários não conseguem acompanhar.

Estamos falando de aumento da produtividade, assunto este que está no centro das atenções e preocupações dos especialistas econômicos, empresários e governo, enfim, de toda a sociedade. E, como não poderia deixar de ser, dos líderes em qualquer nível de gestão.

Na perspectiva do desenvolvimento da liderança, uma boa trilha de aprendizagem é aquela que considera as Ferramentas de Gestão como um tema complementar de grande importância para o aprimoramento da eficiência e eficácia de sua atuação.

Podemos considerar para efeitos didáticos dois grandes conjuntos de ferramentas, o primeiro tem a ver com os instrumentos técnicos das respectivas e diferentes especializações requeridas pela natureza do trabalho que deve ser realizado. O segundo tem a ver com os instrumentos técnico-administrativos que permitem a gestão de pessoas no ambiente de trabalho.

A rigor, o primeiro conjunto é aprendido conjuntamente com o aprendizado do conhecimento e o desenvolvimento da habilidade no uso deste conhecimento. As ferramentas e os instrumentos estão tão ligados ao uso do conhecimento que fica praticamente impossível desassociá-los do próprio conhecimento em si. É o caso, a título de exemplo, do aprendizado da operação de carregamento e descarregamento de cargas numa empresa de transporte, que pode ser manual ou mecanizada.

O aprendizado, por exemplo, do uso de empilhadeira, que aqui é considerada como uma ferramenta auxiliar da operação deve estar associado ao aprendizado da própria operação de carga e descarga como um todo. 

O segundo conjunto de instrumentos e ferramentas tem um caráter diferente, ele não está diretamente ligado à natureza do trabalho, mas ao processo de gerenciamento das pessoas e suas relações, no ambiente específico daquela organização e se constituem ‘rituais’ que devem ser seguidos por todos para que o processo de trabalho se realize, dentro das condições e do ‘jeito de ser’ daquela empresa.

Como exemplo, vamos tomar o ritual de avaliação de desempenho. Geralmente existe um instrumento básico que é utilizado para o registro do contrato inicial do desempenho e, posteriormente, de sua avaliação. Muito provavelmente, este instrumento está num sistema que dá apoio à gestão de pessoas na organização. Mesmo que tenhamos conhecimento do processo de avaliação de desempenho, do ponto de vista conceitual, vamos precisar ‘aprender’ o ritual específico, o ‘como fazer’ a avaliação de desempenho, nesta organização, dentro do seu sistema e de acordo com as práticas comportamentais habituais de sua cultura.

Estes instrumentos e ferramentas independem do trabalho que o colaborador está executando e, portanto, podem muitas vezes ser apreendidos em programas ou situações de aprendizagem específicas, considerando os diferentes níveis de sua atuação.

Neste particular, o ensino e aprendizagem deste segundo conjunto de instrumentos e ferramentas estão profundamente associados às praticas usuais que formam a cultura daquela organização e, quase sempre, são muito específicos e próprios. Dificilmente podem ser copiados de outras organizações, ainda que o instrumento utilizado seja o mesmo, em cada empresa ele será aplicado em conformidade com suas práticas comportamentais.

Programas específicos podem ser desenvolvidos para ‘aprimorar’ as práticas de gestão e devem compor as trilhas de aprendizagem dos seus líderes e gestores.


No próximo post, vamos encerrar este percurso que fizemos ao longo deste ano sobre o tema Trilhas de Aprendizagem em Liderança e Gestão.

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