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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Outro breve conceito. O que é uma atitude? (sexta parte)


No senso comum a atitude se confunde com o comportamento da pessoa, assume o significado das ações praticadas por ela. Contudo, quando vamos um pouco mais fundo no conceito, verificamos que a atitude antecede o comportamento. Isto mesmo, ela funciona como um componente aglutinador de todos os elementos presentes em nossa mente para realizarmos um julgamento e uma escolha sobre qual ação adotar. Neste sentido, podemos entender a atitude como o nosso processo decisório individual, frente a todas as situações que experimentamos ao nos relacionarmos com o mundo (pessoas, objetos, animais, natureza, etc.).

O seu significado pode ser enunciado como: um estado de disponibilidade psicofísica (predisposição para agir) marcado pela experiência e que exerce influência diretiva e dinâmica sobre o comportamento.

As nossas atitudes são dinâmicas, como dinâmica é a vida. Sua formação decorre da reunião de todos os elementos que compõem o nosso modelo mental, que, relembrando, os mais importantes são: as crenças, os valores, as necessidades, as experiências, os conhecimentos, as habilidades, as expectativas e outros elementos.

As nossas atitudes podem ou não ser reveladas através de nossos comportamentos, e isto ocorre por uma leitura muito imediata das eventuais consequências positivas ou negativas que antevemos no momento de adotar a ação.  

Mas ainda, nós podemos ‘mentir’, adotando comportamentos que não são condizentes com as nossas verdadeiras ‘crenças e valores’, quase sempre achando que as demais pessoas não perceberão a nossa mentira.

Voltando aos personagens que usamos no exemplo inicial, quais foram as ‘atitudes’ que orientaram os comportamentos que adotaram?
  • A atitude de Antonio foi de ‘omitir’ sua verdadeira opinião sobre o chefe. E por que ele agiu assim? Muito provavelmente, por medo das consequências adversas que teria que enfrentar. Ficou frustrado consigo mesmo, algo que ele já está acostumado, mas não terá que enfrentar a ira autoritária do chefe e nem verá seu emprego ameaçado. Lá no fundo de seus sentimentos, talvez passe uma autocrítica sobre sua covardia, mas imediatamente vem a ‘razão’ lhe salvar: pensando bem, com um chefe assim só me restava esta alternativa.
  • A atitude de José foi de ‘revelar’, ainda que com cautela, somente para a mulher, o que pensava fazer. Viu-se surpreendido com a reação dela e descobriu o quanto os laços familiares eram importantes para a esposa, mesmo causando alguns transtornos para eles. Ficou frustrado quanto aos parentes, mas aliviado quanto ao seu relacionamento. Pensando bem, o fato de falar o que sentia, ainda que só para a mulher, foi mais positivo do que negativo. Isto lhe abriu as portas para outras reflexões sobre como poderá conduzir futuras situações.  
  • A atitude de Carlos foi de ‘esperar’, ficando num dilema entre falar ou não falar. Esta espera ou falta de posicionamento (decisão) não pode durar muito tempo, pois constantemente seus pensamentos e sentimentos se voltam para o assunto, causando pré-ocupações, isto é, ocupando sua mente várias vezes com o mesmo assunto, sem resolvê-los. Os dilemas são consumidores de nossas energias e, provavelmente, inibidores das ações. Sentimentos de incertas, dúvida sobre sua capacidade de supervisionar podem ser os ‘fantasmas’ que sempre assombram sua mente.  
 
Buscamos, de forma muito simples, trazer algumas explicações sobre estes fenômenos que são inerentes à natureza humana, mas são muito complexos e exigiriam análises e estudos muito mais profundos para uma compreensão ampliada sobre os fundamentos do comportamento humano, mas são suficientes para uma base inicial.


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