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quarta-feira, 29 de maio de 2013

VALORES, CRENÇAS, ATITUDES E COMPORTAMENTOS (parte final)

Tudo o que fazemos se expressa através de comportamentos. Comportamentos são as ações que praticamos. É através deles que damos e nos é dado conhecer as demais pessoas.

Retomando a figura que postamos no dia 27/03/2013, no texto Trabalhando as Expectativas – parte1, verificamos que a maior parte do que somos não é conhecida pelas demais pessoas através do nosso próprio comportamento.

Uma metáfora que é muito usada para representar esta afirmação é a do iceberg. Segundo os especialistas no assunto, o iceberg é um grande bloco de gelo, cuja parte visível (que está acima da superfície da água) representa somente 1/8 de seu volume total. Portanto, 7/8 estão submersos e, à primeira vista, não são percebidos ou identificados por aqueles que o estão observando.


No nosso iceberg pessoal fica evidente que aquilo que percebemos das demais pessoas são suas ações – comportamentos, que podem ou não estar revelando suas verdadeiras intenções. Mas, independentemente da intenção que está no outro (e eu não sou capaz de vê-la), é importante ter claro que sou eu que atribuo significado a este comportamento, segundo os meus próprios paradigmas e padrões. Como dizia C.G.Jung – “O mundo não existe meramente em si mesmo, mas da forma como ele se apresenta a mim”. Somos nós que moldamos a realidade. O que vemos é uma versão única colorida por nossas experiências passadas e por nossas expectativas.

Mas, antes mesmo de dar significados aos comportamentos das outras pessoas, e este é um processo racional, experimentamos sentimentos que mobilizam nossas emoções involuntárias reagindo com simpatia ou antipatia a suas presenças. Quando o sentimento experimentado é de simpatia, nossas ações imediatas buscam nos aproximar, prestar e dar a devida atenção ao outro, de procurar saber mais sobre as ideias e colocações da outra pessoa, etc. Quando o sentimento experimentado é de antipatia, nossos comportamentos imediatos são de nos afastar ou permanecer quietos, evitando a aproximação, a conversa e troca de significados.

Chris Argyres mostrou este fenômeno muito bem na sua ‘escada de inferência’. Como precisamos dar significado aos acontecimentos em nossas vidas, a partir da leitura que fazemos dos comportamentos das pessoas, nós ‘inferimos’ as razões que explicam estes comportamentos


A escada é uma representação gráfica de nosso processo de raciocínio. Sempre que entramos em um contexto ou em uma experiência, como uma reunião ou uma conversa com outra pessoa, estamos no pé da escada e nos movemos para cima. A velocidade com a qual ascendemos é incrível (é a velocidade do pensamento), não leva mais que um nanosegundo para irmos do pé ao topo. Tudo antes do degrau “empreender ação”, geralmente abaixo do nível da consciência. Coletamos dados, agregamos significados, fazemos suposições, chegamos a conclusões, tomamos decisões e empreendemos ações.

Pautamos nosso comportamento muito mais pelo que concluímos a partir de nossos significados do que pela real necessidade das situações concretas que estão presentes no relacionamento com outras pessoas. Os problemas de comunicação e relacionamentos interpessoais presentes no nosso dia a dia que o digam.

As consequências previsíveis destas constatações são preocupantes tanto nos aspectos pessoais dos seus relacionamentos quanto nos aspectos profissionais. Neste último, mais ainda, pois na medida em que esteja desempenhando um papel de liderança nas organizações, você tem como uma de suas principais atribuições lidar com o desempenho de outras pessoas.

A gestão do desempenho se coloca hoje como uma competência das mais requeridas para líderes e gestores nos ambientes organizacionais, podendo ser o diferencial daqueles que são considerados ‘bem sucedidos’ em suas carreiras.

Este é o tema que trataremos nos próximos textos. 

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