Tudo o que fazemos se expressa através de
comportamentos. Comportamentos são as ações que praticamos. É através deles que
damos e nos é dado conhecer as demais pessoas.
Retomando a figura que postamos no dia 27/03/2013,
no texto Trabalhando as Expectativas –
parte1, verificamos que a maior
parte do que somos não é conhecida pelas demais pessoas através do nosso
próprio comportamento.
Uma metáfora que é muito usada para representar
esta afirmação é a do iceberg. Segundo
os especialistas no assunto, o iceberg é um grande bloco de gelo, cuja parte
visível (que está acima da superfície da água) representa somente 1/8 de seu
volume total. Portanto, 7/8 estão submersos e, à primeira vista, não são
percebidos ou identificados por aqueles que o estão observando.
No nosso iceberg
pessoal fica evidente que aquilo que percebemos das demais pessoas são suas
ações – comportamentos, que podem ou não estar revelando suas verdadeiras
intenções. Mas, independentemente da intenção que está no outro (e eu não sou
capaz de vê-la), é importante ter claro que sou eu que atribuo significado a
este comportamento, segundo os meus próprios paradigmas e padrões. Como dizia
C.G.Jung – “O mundo não existe meramente em si mesmo, mas da forma como ele se
apresenta a mim”. Somos nós que moldamos a realidade. O que vemos é uma versão
única colorida por nossas experiências passadas e por nossas expectativas.
Mas, antes mesmo de dar significados aos
comportamentos das outras pessoas, e este é um processo racional,
experimentamos sentimentos que mobilizam nossas emoções involuntárias reagindo
com simpatia ou antipatia a suas presenças. Quando o sentimento experimentado é
de simpatia, nossas ações imediatas buscam nos aproximar, prestar e dar a
devida atenção ao outro, de procurar saber mais sobre as ideias e colocações da
outra pessoa, etc. Quando o sentimento experimentado é de antipatia, nossos
comportamentos imediatos são de nos afastar ou permanecer quietos, evitando a
aproximação, a conversa e troca de significados.
Chris Argyres mostrou este fenômeno muito bem na
sua ‘escada de inferência’. Como precisamos dar significado aos acontecimentos
em nossas vidas, a partir da leitura que fazemos dos comportamentos das
pessoas, nós ‘inferimos’ as razões que explicam estes comportamentos.
A escada é uma representação gráfica de nosso
processo de raciocínio. Sempre que entramos em um contexto ou em uma
experiência, como uma reunião ou uma conversa com outra pessoa, estamos no pé
da escada e nos movemos para cima. A velocidade com a qual ascendemos é
incrível (é a velocidade do pensamento), não leva mais que um nanosegundo para
irmos do pé ao topo. Tudo antes do degrau “empreender ação”, geralmente abaixo
do nível da consciência. Coletamos dados, agregamos significados, fazemos suposições,
chegamos a conclusões, tomamos decisões e empreendemos ações.
Pautamos nosso comportamento muito mais pelo que
concluímos a partir de nossos significados do que pela real necessidade das
situações concretas que estão presentes no relacionamento com outras pessoas.
Os problemas de comunicação e relacionamentos interpessoais presentes no nosso
dia a dia que o digam.
As consequências previsíveis destas constatações
são preocupantes tanto nos aspectos pessoais dos seus relacionamentos quanto
nos aspectos profissionais. Neste último, mais ainda, pois na medida em que
esteja desempenhando um papel de liderança nas organizações, você tem como uma
de suas principais atribuições lidar com o desempenho de outras pessoas.
A gestão do desempenho se coloca hoje como uma
competência das mais requeridas para líderes e gestores nos ambientes
organizacionais, podendo ser o diferencial daqueles que são considerados ‘bem
sucedidos’ em suas carreiras.
Este é o tema que trataremos nos próximos
textos.
Olá Zuvela, gostei do que escreveu!
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