O ambiente empresarial tem, cada vez mais, orientado grande
parte de seus esforços para a conquista de resultados.
Não que isto seja uma novidade, na realidade, desde suas mais remotas origens,
as organizações, como criação e empreendimento humano, sempre tiveram esta
preocupação. Talvez o que tenha sofrido mudanças seja o crescimento da
importância relativa que se tem dado para os resultados de curto prazo e,
principalmente, aqueles de natureza econômico-financeira. Podemos,
metaforicamente, dizer que o resultado
é o combustível que realimenta o motor que movimenta a organização.
Em nossos dias, fala-se tanto em resultados e é tão forte o
apelo para sua conquista que, não raro, encontramos distorções na maneira de
entender e gerenciar sua obtenção. Uma possível causa pode ser a falta de um
significado comum entre os envolvidos no ambiente organizacional. Cada qual atribui
um significado, baseado em seus interesses. O que, de certa forma, dificulta a
compreensão compartilhada, abrangente e facilitadora, necessária às
intervenções que deverão ser empreendidas à sua obtenção.
Neste enfoque encontramos nos dicionários o seguinte
significado: o que é consequência: efeito
de uma ação, de um princípio; algo produzido por uma causa, momento ou ponto
que se interrompe uma ação; termo, fim; saída de um processo; produto final de
ações precedentes etc.
Assumindo que as organizações produzem resultados e que estes se transformam no combustível que as realimentam, parece ser oportuno analisar os componentes ou forças que permitem a geração destes resultados. Não resta dúvida de que o principal componente é a pessoa. Ainda que possamos considerar que as máquinas, os equipamentos e os instrumentos, de forma geral no processo produtivo, sejam fundamentais para a obtenção dos resultados, é bom termos em conta quem é que aciona todos estes meios – as pessoas.
Um princípio geral decorrente dos significados acima
apresentados pode ser descrito como: quando
se pretende alterar resultados devemos atuar nas ações que os geraram.
Em outras palavras, não é possível atuar diretamente no
resultado. Só podemos mudar as ações que levam a ele. Toda ação leva a
resultados. Resultados estão intrinsecamente relacionados às ações. Numa
perspectiva temporal, podemos dizer que: o tempo presente é o mundo das ações,
o tempo passado é o mundo dos resultados obtidos e o tempo futuro é o mundo dos
resultados pretendidos.
Os resultados obtidos (tempo passado) funcionam como
referência avaliativa de nossas capacidades e competências; já os resultados
pretendidos (tempo futuro), funcionam como guias e estímulos à mobilização de
nossas energias, na constante busca de novas conquistas e realizações.
A ação pela sua natureza dinâmica e constitucional envolve
energia, que gera movimento, que leva a resultados – é uma lógica simples e
direta. O caminhar é energia em movimento, o resultado é chegada, destino,
ponto que se interrompem as ações e realizam-se as medições.
As exigências atuais do mundo dos negócios – a obtenção de
resultados - pressupõem a adoção de
novos comportamentos: mais ativos, conectados, responsáveis, etc. Enfim, diferenciados
do velho padrão apreendido. Esses novos comportamentos, por sua vez, pressupõem
também a necessidade de se desenvolver um novo modelo mental, por extensão, um
novo conjunto de competências e, muito provavelmente, um novo conjunto de
ferramentas.
Como premissa, assumimos que a competência da organização é resultante da competência das equipes e indivíduos que dela fazem parte. Neste
sentido, a competência individual e das
equipes de trabalho são formadoras da competência
organizacional e devem evidenciar padrões
elevados de desempenho, “vis à vis”,
elevados resultados.
Organizações que buscam a excelência, como padrão
referencial de sua atuação no ambiente de negócio, sabem que a chave que abre a
porta para este resultado é o desempenho,
mas, muito especialmente, o desempenho humano.
Desempenho tem dois
aspectos importantes: o primeiro diz respeito ao desempenho atual, àquele que é demonstrado pelas pessoas e
evidencia a posse e/ou a ausência de determinadas competências; e o segundo, refere-se
ao desempenho que poderá ser evidenciado num futuro próximo, a que denominamos desempenho
futuro.
Desenvolver a competência
da organização significa desenvolver as competências
das pessoas que lá trabalham, e de forma direta e específica significa o
gerenciamento integrado dos dois aspectos acima apontados – o desempenho atual e as possibilidades de um
desempenho futuro das pessoas no ambiente profissional.
Neste e nos textos que se seguirão sobre o tema desempenho, vou abordar especificamente
o desempenho atual. Vamos percorrer
inicialmente os fundamentos e significado da palavra desempenho.
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