O consenso como regra para a tomada de decisões em equipe
Vamos relembrar que a eficácia das equipes decorre do
comprometimento e da maneira como é obtido, do conflito e o modo como ele é
gerenciado e da criatividade e da forma como ela surge e é incorporada ao
encaminhamento das situações.
Com a finalidade de facilitar a aplicação destas três
variáveis, há um conjunto de normas que apoia os líderes das equipes na gestão
do processo que estabelece a direção em que a equipe se moverá e prescreve a
forma que devem tomar as contribuições individuais para se chegar ao resultado.
Este conjunto de normas é fruto de uma síntese de numerosos resultados de
pesquisa, que evidenciam as condições necessárias ao funcionamento eficaz das
equipes. São elas:
Empregar liderança
participativa de forma que:
- O clima das relações interpessoais seja predominantemente liberto de constrangimentos impostos pelo poder da posição organizacional (o chefe tem sempre razão);
- Todos os membros sintam que têm oportunidades iguais para influir na direção do esforço coletivo da equipe (todos podem dar suas opiniões, que serão ouvidas e consideradas);
- Existam oportunidades para que o exercício da liderança seja praticado por especialistas, quando o assunto específico assim exigir, e atender às necessidades emergentes da equipe.
Usar padrões
flexíveis de comunicação, de forma que:
- Todos os componentes da equipe se considerem capazes de participar igualmente e da forma que lhes seja a mais habitual;
- As opiniões da minoria ou mesmo de um único participante possam também ser expressadas sem constrangimento ou bloqueio.
Empregar uma
abordagem cooperativa ao debate para a solução de problemas e não um critério
"ganha-perde", de forma que:
- As divergências de opiniões sejam substantivas e vistas como algo natural e até mesmo esperadas, e não um posicionamento afetivo em relação ao outro e, por isso mesmo, podendo ser toleradas e trabalhadas na sua essência;
- Todos os participantes estejam interessados e sensíveis às ideias e reações uns dos outros.
Que os membros da
equipe se tratem aberta e francamente, de forma que:
- As necessidades pessoais ou "agendas ocultas" não se sobreponham ao objetivo principal pelo qual a equipe está trabalhando;
- Os sentimentos de resistência ou dúvida que naturalmente vão ocorrer possam ser discutidos e resolvidos abertamente no momento em que surgirem, evitando-se que se tornem barreiras latentes à obtenção do compromisso.
Estas regras decisórias que favorecem o compartilhamento
equilibrado das responsabilidades, junto com a garantia e a proteção dos
direitos que cada um tem de se expressar, devem prevalecer em relação àquelas
que colocam a responsabilidade nas mãos de apenas alguns ou de um só participante
da equipe. Assim, é fundamental que:
- Todos compartilhem igualmente o ônus de realizar a tarefa e sejam os ‘guardiões ativos’ do processo de relacionamento interpessoal que acontece concomitantemente ao conteúdo objetivo com o qual a equipe está trabalhando;
- Todos os componentes da equipe assumam a responsabilidade pelo sucesso ou fracasso dos resultados alcançados por suas escolhas e decisões.
A equipe funciona conforme seu líder e componentes a fazem
funcionar. As equipes eficazes compõem-se de pessoas eficazes. O papel do líder
é fazer com que todos sejam capazes de dar o melhor si e, para tanto, precisará
investir tempo no desenvolvimento pessoal de cada um dos seus componentes,
tanto quanto criar espaços (e tempos) para o desenvolvimento coletivo da
equipe.
Os líderes não criam as competências, mas gerenciam as
condições onde elas possam ser expressas.
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