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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

CONSIDERAÇÕES SOBRE ELABORAÇÃO DE TRILHA DE APRENDIZADO EM LIDERANÇA E GESTÃO - Parte 7: A diferenciação das necessidades

E então? Conseguiu parar alguns minutos para refletir? Obteve alguns ‘insights’ sobre suas atuais necessidades de desenvolvimento.
Na vida agitada que levamos, poucas vezes dedicamos um tempo para refletir sobre nós mesmos. Ficamos tão envolvidos com as atividades que ocupam a nossa agenda no dia a dia, que vamos adiando as reflexões sobre o que queremos de diferente ou novo para as nossas vidas.
A rotina nos traz segurança para uma grande parte de nossas atividades – a complexidade das situações é conhecida, as escolhas do como agir se baseiam em experiências e precedentes já testados e temos o conforto de poder usar as nossas melhores competências. Mas ela também nos amarra aos velhos hábitos e paradigmas e pode, muitas vezes, nos levar a não usar a nossa criatividade e ousadia, rejeitando o novo ou não percebendo grandes oportunidades de desenvolvimento e mudança. 
Acredito que vale a pena olharmos em retrospectiva para a nossa singular história de como nos tornamos um Líder? Obviamente, isto é válido para aqueles que hoje já exercem este papel. 
A minha experiência mostra que, na grande maioria das vezes, bons técnicos com ótimo desempenho são os candidatos mais frequentes para serem promovidos às posições gerenciais. E, de fato, numa manhã qualquer vê-se ‘promovido’ para uma posição de Supervisão ou Gerência. 
Não raro, eles não passaram por nenhuma preparação ou formação para esta nova posição. De repente defronta-se com o novo papel, diferente do confortável ‘mundo técnico’ de sua especialização. Agora, neste novo papel, ele tem que lidar com pessoas e formar uma equipe. São outros profissionais que realizarão o trabalho, cabe-lhe ‘gerenciar’ – planejar, organizar, dirigir, acompanhar e controlar o conjunto de tarefas necessárias à obtenção dos resultados esperados.
Um novo conjunto de competências, para o qual ele não foi preparado, se faz presente. Um patamar de maior complexidade e ambiguidade estará presente nas novas situações com que terá que lidar.  A rigor, na nova posição, ele estará profundamente envolvido com o desempenho individual e em equipe de um grupo de funcionários que, até o dia anterior, eram seus pares na execução das tarefas. 
A partir deste dia ele passa a ser o ‘responsável’ primário por acionar, acompanhar e avaliar o desempenho de cada um destes seus ex-pares que formam hoje sua equipe de trabalho. 

Agora, ele é um Líder! Será? 
Em geral a “ficha” leva algum tempo para cair, a percepção do novo papel se dá de forma gradativa, a partir da própria realidade que envolve o trabalho. Sua posição mudou rápida e profundamente, mas ele não. Como na maioria dos casos, ele não foi preparado para assumir a posição. O seu aprendizado será feito pela forma mais habitual – tentativa e erro – o que normalmente é um processo doloroso e desgastante. Muitas condutas inadequadas da liderança são aprendidas neste período, onde houve pouca ou nenhuma orientação.
Agora o seu desempenho passará a ser avaliado não pelo que faz pessoalmente, mas principalmente por resultados alcançados com sua equipe de trabalho. Aliás, vale aqui um comentário: o ‘fazer’ do líder é muito pouco, comparado com o seu ‘gerenciar’.
Não custa relembrar que a competência de uma organização não é obra do acaso, mas, sim, da crença e empenho de seus líderes em despertar e inspirar seus colaboradores a assumirem a responsabilidade pelo que deve ser feito. Isto se realiza mediante a designação correta dos profissionais com capacidade para lidar com os diferentes níveis de complexidade do trabalho e do contínuo desenvolvimento das competências para fazer frente às exigências de um mundo que está em permanente e acelerada mudança.
Neste sentido, a preparação do líder se mostra como um requisito fundamental para que as mudanças alcancem os resultados pretendidos. A organização bem sucedida tem como valor e política formar e desenvolver permanentemente seus funcionários, em especial as lideranças, não “a posteriori”, mas planejadamente, com a antecedência necessária à sua promoção.  
Mais ainda, é preciso que ele ‘o líder’ esteja consciente de que é sua responsabilidade primária cuidar de seu desenvolvimento continuamente. O aprendizado é uma disposição permanente que acompanha a jornada da vida.
Retomando as reflexões, busque na sua memória como foi a sua primeira experiência como líder? Você teve o devido preparo ou ‘amanheceu’ líder e aprendeu por tentativa e erro?
No próximo post vamos falar mais sobre as trilhas de aprendizagem e como construí-las.


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