Afinal, quem são os clientes, o que eles querem e como
desejam ser tratados? As respostas a estas três questões tão simples quase
sempre são complexas.
Clientes não são entidades abstratas que vivem nos discursos
retóricos dos altos executivos ou nas cartas de valores das organizações. Clientes são pessoas reais, que no dia a dia
se mostram como consumidores dos produtos e serviços das organizações e que possuem
necessidades e expectativas sobre os atributos e desempenhos que estes produtos
e serviços possam apresentar.
Numa perspectiva histórica, desde que ocorreu a primeira
transação entre duas pessoas, podemos dizer que surgiram as figuras de clientes
e fornecedores. Desde esse evento primordial até os nossos dias estas relações
se ampliaram e tornaram-se cada vez mais complexas, por conta da própria
evolução da vida em sociedade.
Para ser sucinto e deixando muita história de lado, é
preciso enfatizar um período que pode ser considerado como o marco inicial no
ganho de importância do cliente nas relações com seus fornecedores. Ele ocorre
por volta dos anos 50 do século passado nos Estados Unidos e foi conhecido como
o movimento do “Consumerismo”. Buscava fazer valer os ‘direitos dos
consumidores’ que, até então, não eram levados em conta pelos grandes
fabricantes de produtos. Alguns anos depois (décadas de 70 e 80) a chamada
‘onda da qualidade’ começa no Japão e se espalha pelo mundo como uma resposta
consistente dos setores industrial e de serviços à valorização dos
clientes.
Mas é no tema ‘qualidade’ que vamos encontrar as respostas
para o significado e importância dos clientes nas organizações. Nesta
perspectiva encontramos frequentemente, no modelo de competências das
organizações, a descrição da Competência Foco do Cliente que, em geral,
significa um conjunto de atributos e comportamentos requeridos para todos os
profissionais da organização, que se relacionam com os clientes, tanto internos
como externos. Podemos visualizar esta competência através de uma abordagem
trimembrada de variáveis que são dinâmicas e interacionadas entre si. Elas
permitem realizar o discurso e transformar as palavras em ações coerentes,
concretas e mensuráveis que impactam o julgamento do cliente.
Enquanto crença, a competência deve ser entendida como um
atributo estratégico da organização. Neste sentido, sempre será uma referência
para a determinação das escolhas feitas no ambiente de negócios, criando
diferenciação e conferindo-lhe uma identidade marcadamente distintiva em
relação aos seus concorrentes.
Enquanto atitude, a competência deve ser percebida como uma
orientação tática da organização, precedendo a ação. Como predisposição,
permite que as pessoas foquem suas atenções naquilo em que a atenção do cliente
está focada e, portanto, entendê-lo na perspectiva de sua evolução. Na
realidade, a atitude determina o processo decisório individual e coletivo, que
permite o atendimento excelente.
Enquanto ação ou comportamento, a competência deve ser
expressa por um conjunto de atividades praticadas por cada um e por todos os
profissionais da empresa, enquanto realizam suas funções, sejam elas direta ou
indiretamente na presença do cliente. O comportamento é a tradução na prática
do valor anunciado e da atitude consistente e coerente com ele. O comportamento
é capaz de ser observado, mensurado e avaliado pelo cliente, no que diz
respeito a sua satisfação e encantamento (qualidade percebida).
No próximo post vamos continuar falando de Clientes.
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