Deixamos claro que não trataremos do assunto Mercado sob as
óticas econômica, comercial e de marketing. Mas, sim, sobre a necessidade de
conhecimentos sobre o tema que todos os profissionais atuantes na empresa
precisam ter, para atuarem em seus diferentes papéis organizacionais, de forma
coerente e alinhada com a estratégia do negócio.
Mercado, na sua origem, era um local onde pessoas se
encontravam para realizar trocas. Nos primórdios da civilização, faziam
escambos (troca de mercadorias diretamente) sem a utilização de dinheiro ou
alguma forma intermediária de valor.
Hoje, o mercado já nem precisa ter um lugar físico, os
negócios se realizam de maneira virtual - é possível comprar e vender de
qualquer lugar do mundo, em apenas alguns minutos.
Contudo, isto se aplica muito mais para pessoas físicas. Já
no contexto empresarial, isto também pode acontecer, mas o processo que leva a
empresa a atuar no mercado é muito diferente e exige conhecimentos que, em
grande parte, podem ser apreendidos.
Existem três conjuntos de forças atuantes no mercado e é
sobre elas que vamos falar rapidamente, pois se constituem em vetores que devem
compor a trilha de aprendizagem de um líder, atuando em posições de
gestão. Estes vetores possuem um
conjunto de conhecimentos próprios e requerem um domínio de habilidades
específicas, respaldadas pela experiência, inerentes e necessárias a qualquer
organização no segmento ou ramo de negócio em que atua.
A prática destes conhecimentos permite e determina o alcance
de um nível de ‘domínio’ muito próprio e particular da organização no segmento
de atuação. Num certo sentido, ao longo do tempo, esta prática é reconhecida
pelos clientes e se constitui num dos atributos da própria ‘marca’. Quanto mais
distinta e valorizada se constitui em um diferencial da identidade da
organização.
Primeiro Vetor - Conhecimento dos Clientes: a força
proveniente do domínio sobre as características dos clientes atuais e
potenciais: quem são, como são, quantos são, sua distribuição, seus desejos e
necessidades, seus hábitos de vida, seu perfil de consumo, sua mobilidade e
outras características mais especificas, dependendo do interesse da própria
organização, se configura num componente extremamente importante para as
atividades de planejamento estratégico. Do ponto de vista prático, todos os
funcionários precisam conhecer o cliente. Deste conhecimento partem informações
muito simples e diretas para deduções altamente sofisticadas e abstratas, cuja
apropriação deve considerar os níveis de complexidade inerentes a cada função.
Segundo Vetor - Conhecimento dos Concorrentes: a força
proveniente do domínio sobre as características dos concorrentes atuais e
potenciais: quem são, como são, sua distribuição no mercado, suas qualidades
diferenciais (forças e fraquezas), suas histórias de sucessos e insucessos,
suas características econômicas, suas capacidades, suas particularidades na
gestão de pessoas, suas tecnologias e outras características mais específicas
que, de certa forma, os diferenciam das demais organizações, representa outro
componente fundamental das reflexões e decisões no âmbito do planejamento
estratégico. Na prática, todos os funcionários precisam saber sobre os
concorrentes, em especial aqueles atuantes nas áreas comerciais. Novamente,
este conhecimento precisa ser escalonado por níveis de complexidade das
funções.
Terceiro Vetor - Conhecimento da Dinâmica do Mercado: ter o
conhecimento dos clientes e dos concorrentes, como elementos estáticos e não
correlacionados não é suficiente; eles precisam ser percebidos como um sistema
orgânico, composto por partes dinâmicas inter-relacionadas, que adquire ‘vida
própria’ que afeta cada um dos seus componentes e é afetado por eles, nos
movimentos permanentes que lhe são peculiares. Neste sentido, o domínio e o
diferencial da organização estão em identificar ‘as forças motrizes’ que dão
direção e velocidade ao seu movimento, produzindo cenários e tendências futuras
sobre esta direção e velocidade. Isto permite a antecipação aos acontecimentos
e ação proativa, que gera adaptações às novas possibilidades, criando novas
alternativas e renovando-se em decorrência do inexorável fluxo de mudanças.
Em grande parte a concepção da estratégia do negócio decorre
deste conhecimento. A geração do valor que é entregue ao mercado passa
necessariamente pelos domínios acima descritos. Mas, para que eles se tornem
realidade, é preciso impregnar todos os agentes organizacionais destes
conhecimentos.
No próximo post trataremos do tema Políticas.
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